500 ANOS DA REFORMA PROTESTANTE: 31 DE OUTUBRO DE 1517
Reforma
Reforma
Protestante foi
um movimento
reformista cristão culminado
no início do século
XVI por Martinho
Lutero,
quando através da publicação de suas 95
teses,
em 31 de outubro
de 1517[1][2]
na
porta da Igreja
do Castelo de Wittenberg, protestou contra
diversos pontos da doutrina
da Igreja Católica Romana,
propondo uma reforma nocatolicismo romano.
Os princípios fundamentais da Reforma Protestante são conhecidos
como os Cinco
Solas.[3].
Os cinco solas:
Sola fide (somente a fé)[
Sola
fide é
o ensinamento de que a justificação (interpretada
na teologia protestante como "sendo declarada apenas por Deus")
é recebida somente pela fé,
sem qualquer interferência ou necessidade de boas
obras,
embora na teologia protestante clássica, a fé salvadora é sempre
evidenciada, mas não determinada, pelas boas obras. Alguns
protestantes veem esta doutrina como sendo o resumo da fórmula "fé
produz justificação e boas obras"
e em contraste com a fórmula católica apostólica romana "fé
e boas obras rendem justificação".
O argumento católico é baseado na Epístola
de Tiago (Tiago
2:14–17):
“
|
De
que serve, meus irmãos, se alguém disser que tem fé se não
tiver obras? Acaso pode essa fé salvá-lo? Se um irmão ou uma
irmã estiverem nus e necessitarem do pão quotidiano, e algum de
vós lhes disser: "Ide em paz, aquentai-vos e
saciai-vos," e não lhes derdes o que é necessário
para o corpo, que lhes aproveita? Assim também a fé, se não
tiver obras, é morta em si mesma. |
”
|
É
importante a comparação do que católicos/protestantes entendem
como "justificação": ambos concordam que o termo invoca a
comunicação dos méritos deCristo para
com os pecadores, e não uma declaração de ausência
de pecado. Lutero usou
a expressão simul
justus et peccator ("ao
mesmo tempo, justo e pecador"). O Catolicismo Romano vê a
justificação como uma comunicação de vida de Deus ao ser
humano,
limpando-o do pecado e transformando-o realmente em filho de Deus, de
modo que não é apenas uma declaração, mas a alma é
tornada de fato objetivamente justa.
A
visão protestante da justificação é que ela é a obra de Deus
através dos meios da graça. A fé é a justiça de Deus, que é
realizada em nós através da palavra e dos sacramentos.
Lei e evangelho trabalham para matar o ego pecaminoso
e para realizar a nova criação dentro de nós. Esta nova criação
dentro de nós é a fé de Cristo. Se não temos essa fé, então
somos ímpios. Indulgências,
ou orações não
acrescentam nada e nada são. Todos possuem algum tipo de fé
(geralmente a fé em si mesmos). Mas precisamos de Deus para destruir
continuamente fé hipócrita e substituí-la com a vida de Cristo.
Precisamos da fé que vem de Deus através da Lei
e do evangelho,
palavra, obras e D
sacramentos. No documento fundador da Reforma, as 95
teses,[1] Lutero
diz que:
“
|
1 – Dizendo
nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: "Arrependei-vos..."
(Mateus
4:17) certamente
quer que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo
arrependimento. 95 – E assim esperem mais entrar no Reino dos céus através de muitas tribulações do que facilitados diante de consolações infundadas. (Atos 14:22). |
”
|
A
verdadeira distinção, portanto, entre as visões protestante e
católica não é uma questão de "ser declarado
justo" versus "ser
feito justo", mas sim o meio pelo qual um é justificado. Na
teologia católica obras de justiça são consideradas meritórias
para a salvação além da fé, enquanto que na teologia protestante,
obras de justiça são vistos como o resultado e evidência de uma
verdadeira justificação e regeneração que o crente recebeu
somente pela fé. Os meios eficazes reais pelos quais uma pessoa
recebe a justificação são também uma divisão fundamental entre a
crença católica e protestante. Na teologia católica, o meio pelo
qual a justificação é aplicada para a alma é o sacramento
do batismo.
No batismo, mesmo das crianças,
a graça da justificação e santificação são
"infundidas" na alma,
tornando o destinatário justificado, mesmo antes que ele exerça sua
própria fé (ou mesmo no caso de uma criança que é batizada, antes
mesmo que ele tenha a capacidade de compreender conscientemente
o Evangelho e
responder com fé). Na teologia católica, a fé não é um
pré-requisito para a justificação. Para os católicos, a função
do batismo é "ex
operere operato"
ou "por obra do ato", e, portanto, é o ato eficaz e
suficiente para trazer justificação. Na teologia protestante, no
entanto, é absolutamente necessária a fé do indivíduo e é por si
mesma a resposta eficiente e suficiente do indivíduo para os efeitos
da justificação.
A
doutrina Sola
fide é
às vezes chamada de princípio
formal e material da teologia da
Reforma, porque era a questão doutrinal central para Martinho
Lutero e
os outros reformadores. Lutero chamou de "doutrina
pela qual a igreja permanece ou cai"
(latim: articulus
stantis et cadentis ecclesiae).
Sola scriptura (somente a Escritura)
Sola
Scriptura é
o ensinamento de que a Bíblia é
a única palavra autorizada e inspirada por Deus e
é única fonte para a doutrina cristã, sendo acessível a todos.
Afirmar que a Bíblia não exige interpretação fora de si mesma
está em oposição direta aos ensinamentos das
tradições ortodoxa, ortodoxa
oriental, anglo-católicae católica
romana,
que ensinam que a Bíblia só pode ser autenticamente interpretada
pela tradição
católica.
Na Igreja Católica, este ensinamento é referido como o magistério
da Igreja Católica,
e incorporada ao episcopado,
agregando os bispos da
Igreja, em união com o Papa.
Sola
scriptura é
às vezes chamada de princípio
formal da
Reforma, uma vez que é a fonte e norma de princípio, o material,
o Evangelho de Jesus
Cristo que
é recebido sola
fide ("através
da fé") sola
gratia (por
favor de Deus, ou "graça"). O adjetivo (sola)
e o substantivo (scriptura)
estão no caso
ablativo em
vez do caso
nominativo para
indicar que a Bíblia não está sozinha longe de Deus, mas, sim, que
é o instrumento de Deus pelo qual ele se revela para a salvação
pela fé em Cristo (Solus
Christus).
Como em Mateus
4:4
“
|
Mas
Jesus respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem,
mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. |
”
|
Solus Christus (somente Cristo)
Solus
Christus ou Solo
Christo é
o ensinamento de que Cristo é
o único mediador entre Deus e a humanidade,
e que não há salvação através de nenhum outro (por isso,
a frase é
mostrada às vezes em caso
ablativo (Cristo
somente/sozinho)
o que significa que a salvação é "somente por Cristo").
Ao rejeitar todos os outros mediadores entre Deus e a humanidade,
o luteranismo clássico
continua a honrar a memória da Virgem
Maria e
de outros santos exemplares.
Este princípio rejeita o sacerdotismo,
que é a crença de que não existem sacramentos da
igreja sem os serviços de sacerdotes ordenados por sucessão
apostólica,
sob a autoridade do papa.
Lutero
pregou o "sacerdócio geral dos batizados", que mais tarde
foi modificado no luteranismo e na teologia protestante clássica
para "sacerdócio
de todos os crentes",
negando o uso exclusivo do título de padre (latim: sacerdos)
para o clero.
Este princípio não nega a função do ministério sagrado para o
qual está comprometida a proclamação pública do Evangelho e da
administração dos sacramentos. Desta forma, Lutero em seu Catecismo
Menor podia
falar sobre o papel de um "confessor"
para conferir absolvição sacramental
a um penitente. A seção neste catecismo conhecido
como "O
Gabinete das Chaves"
(não escrita por Lutero, mas acrescentada com a sua aprovação)
identifica os chamados "ministros de Cristo" como sendo os
que exercem o ligar
e desligar de absolvição eexcomunhão através
do ministério da Lei
e Evangelho.
Esta é definida na fórmula Luterana da santa absolvição: o
"chamado e ordenado servo da Palavra" perdoa pecados dos
penitentes (fala as palavras do perdão de Cristo: "Eu perdoo
todos os seus pecados"), sem qualquer adição de penitências ou
satisfações e não como um intercessor ou
"sacerdote mediador", mas "em virtude da sua função
como um chamado e ordenado servo da Palavra" e "em lugar e
pelo comando da nosso Senhor Jesus Cristo".[2] Nesta
tradição, a absolvição do penitente reconcilia-o com Deus
diretamente, mediante a fé no perdão de Cristo, em vez de ter o
padre e a Igreja como mediadores entre o este e Deus.
Sola gratia (somente a graça)
Sola
gratia é
o ensinamento de que salvação vem
por graça
divina ou
"favor imerecido" apenas, e não como algo merecido
pelo pecador.
Isto significa que a salvação é um dom imerecido
de Deus por causa de Jesus. Alguns[quem?] referem-se
a ele como um "débito" presente desde que os incrédulos
viveram de tal forma que perderam qualquer dom de Deus. Enquanto
outros[quem?] afirmam
que esta doutrina é o oposto das "boas obras" e choca-se
com alguns dos aspectos da doutrina católica do mérito.
É possível afirmar que, neste ponto, não está em desacordo com o
ensino católico romano, enquanto a doutrina de que a graça é
verdadeiramente sempre um dom gratuito de Deus e é realizada de
acordo entre os dois pontos de vista. A diferença na doutrina
encontra-se principalmente em dois fatos:
- 1º - Deus como o único ator na graça (em outras palavras, que a graça é sempre eficaz sem qualquer cooperação pelo ser humano).
- 2º - O ser humano não pode, por qualquer ação da sua parte, sob a influência da graça, cooperar com "mérito" para obter maiores graças para si (esta seria doutrina da Igreja Católica Romana).
Esta
doutrina declara o monergismo divino
na salvação: Deus age sozinho para salvar o pecador.
A responsabilidade para a salvação não repousa sobre o pecador em
qualquer grau de sinergia ou arminianismo.
O Luteranismo sustenta
que esta doutrina não deve ser mantida para a exclusão da gratia
universalis(que
Deus deseja seriamente a salvação de todas as pessoas).
Protestantes
arminianos também podem reivindicar a doutrina da sola
gratia (mas
a entendem de forma diferente) e, geralmente, negam que o termo
"sinergismo" seja apropriado para descrever suas crenças.
Arminianos acreditam que Deus salva somente pela graça e não por
mérito, mas o ser humano, habilitado pelo que é conhecido
como graça
preveniente,
está habilitado pelo Espírito
Santo para
entender o Evangelho e
responder na fé. Os arminianos acreditam que isto é compatível com
a salvação somente pela graça, uma vez que toda a salvação seja
obtida pela graça. Arminianos acreditam que o ser humano só é
capaz de receber a salvação quando levado primeiro a fazê-lo pela
graça preveniente, que eles acreditam ser distribuída a todos. Os
arminianos, portanto, não rejeitaram a concepção de sola
gratia exposta
pelos teólogos da Reforma.[3]
Soli Deo gloria (glória somente a Deus)
Soli
Deo gloria é
o ensinamento de que toda a glória é devida somente a Deus,
pois a salvação é
realizada unicamente através de sua vontade e ação e não só da
toda suficiente expiação (ver: Paixão)
de Jesus na cruz,
mas também o dom da fé em que a expiação é criada no coração
do crente pelo Espírito
Santo.
Os reformadores acreditavam que os seres humanos, mesmo
santos canonizados pela
Igreja Católica Romana, os papas e
a hierarquia eclesiástica não eram dignos da glória que lhes foi
concedida, isto é, não se deve exaltar tais pessoas por suas boas
obras, mas sim louvar e dar glória a Deus, que é o autor
esantificador dessas
pessoas e suas boas obras.
No
entanto, os que discordam deste princípio argumentam que, como estas
pessoas são objetos de boa qualidade e raros, devem ser homenageados
e elogiados. Há um grande número de homens benevolentes cujas
imagens foram replicadas em pedra e expostos para a celebração do
bem estes fizeram para araça
humana.
Bons homens poderiam e deveriam ser honrados por causa da glória que
deram a Deus, e ao fazê-lo, ao mesmo tempo estar-se-ia honrando a
Deus por sua bondade em criá-los. Porém, do ponto de vista bíblico,
como muitos homens de Deus homenagearam e se prostraram a outros
antes do advento do evangelho, mas a partir do ministério e doutrina
de Jesus Cristo, lê-se palavras contrárias a tais práticas: como
Pedro e João recusando receber honra após a cura do paralítico no
templo, a recusa de Pedro a Cornélio se prostrar a ele, ordenando
fazê-lo somente a Deus, como Paulo e Barnabé recusando receber
sacrifícios e ofertas como deuses em Listra, após a cura do
paralítico (At.14:8-18), e o anjo que recusa a prostração honrosa
de João do Apocalipse dizendo: "Vê,
não faças isso; eu sou conservo teu, dos teus irmãos, os profetas,
e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus."
(Ap.22:9) Sociedade
Bíblica do Brasil. (2003). Tradução Almeida Revista e Atualizada,
com números de Strong.
Lutero
foi apoiado por vários religiosos e governantes europeus provocando
uma revolução religiosa, iniciada naAlemanha,
estendendo-se pela Suíça, França, Países
Baixos, Reino
Unido, Escandinávia e
algumas partes do Leste
europeu,
principalmente os Países
Bálticos e
a Hungria.
A resposta da Igreja
Católica Romana foi
o movimento conhecido como Contrarreforma ou
Reforma Católica, iniciada no Concílio
de Trento.
O
resultado da Reforma Protestante foi a divisão da chamada Igreja
do Ocidente entre
os católicos
romanos e
osreformados ou protestantes,
originando o protestantismo.
Na Alemanha, Suíça e França
No
início do século XVI, o monge alemão Martinho
Lutero,
abraçando as ideias dos pré-reformadores, proferiu três sermões
contra as indulgências em
1516 e 1517. Em 31 de outubro de 1517 foram pregadas as 95
Teses na
porta da Catedral
de Wittenberg,
com um convite aberto a uma disputa
escolástica sobre
elas.[22] Esse
fato é considerado como o início da Reforma Protestante.[23]
Essas
teses condenavam a "avareza e o paganismo" na Igreja, e
pediam um debate teológico sobre o que asindulgências significavam.
As 95
Teses foram
logo traduzidas para o alemão e amplamente copiadas e impressas.
Após um mês se haviam espalhado por toda a Europa.[24]
Após
diversos acontecimentos, em junho de 1518 foi aberto um processo por
parte da Igreja Romana contra Lutero, a partir da publicação das
suas 95 Teses. Alegava-se, com o exame do processo, que ele incorria
em heresia.
Depois disso, em agosto de 1518, o processo foi alterado para heresia
notória.[25] Finalmente,
em junho de 1520 reapareceu a ameaça no escrito "Exsurge
Domini" e, em janeiro de 1521, a bula "Decet Romanum
Pontificem" excomungou Lutero.
Devido a esses acontecimentos, Lutero foi exilado no Castelo
de Wartburg,
em Eisenach,
onde permaneceu por cerca de um ano. Durante esse período de retiro
forçado, Lutero trabalhou na sua tradução da Bíblia para
o alemão, da qual foi impresso o Novo
Testamento,
em setembro de 1522.[26]
Extensão
da Reforma Protestante na Europa.
Enquanto
isso, em meio ao clero saxônio, aconteceram renúncias ao voto de
castidade, ao mesmo tempo em que outros tantos atacavam os votos
monásticos. Entre outras coisas, muitos realizaram a troca das
formas de adoração e terminaram com as missas, assim como a
eliminação das imagens nas igrejas e a ab-rogação do celibato. Ao
mesmo tempo em que Lutero escrevia"a
todos os cristãos para que se resguardem da insurreição e
rebelião".
Seu casamento com a ex-monja cistercienseCatarina
von Bora incentivou
o casamento de outros padres e freiras que haviam adotado a Reforma.
Com estes e outros atos consumou-se o rompimento definitivo com a
Igreja Romana.[27] Em
janeiro de 1521 foi realizada a Dieta
de Worms,
que teve um papel importante na Reforma, pois nela Lutero foi
convocado para desmentir as suas teses, no entanto ele defendeu-as e
pediu a reforma.[28] Autoridades
de várias regiões do Sacro
Império Romano-Germânico pressionadas
pela população e pelos luteranos, expulsavam e mesmo assassinavam
sacerdotes católicos das igrejas,[20] substituindo-os
por religiosos com formação luterana.[21]
Toda
essa rebelião ideológica resultou também em rebeliões armadas,
com destaque para a Guerra
dos Camponeses(1524-1525).
Esta guerra foi, de muitas maneiras, uma resposta aos discursos de
Lutero e de outros reformadores. Revoltas de camponeses já tinham
existido em pequena escala em Flandres (1321-1323),
na França (1358),
na Inglaterra (1381-1388),
durante as guerras
hussitas do
século XV, e muitas outras até o século XVIII. A revolta foi
incitada principalmente pelo seguidor de Lutero, Thomas
Münzer,[21] que
comandou massas camponesas contra a nobreza imperial, pois propunha
uma sociedade sem diferenças entre ricos e pobres e sem propriedade
privada,[21] Lutero
por sua vez defendia que a existência de "senhores
e servos" era
vontade divina,[21] motivo
pelo qual eles romperam,[29] sendo
que Lutero condenou Münzer e essa revolta.[30]
Em
1530, foi apresentada na Dieta imperial
convocada pelo imperador Carlos
V,
realizada em abril desse ano, aConfissão
de Augsburgo,
escrita por Felipe
Melanchton [31] com
o apoio da Liga
de Esmalcalda.
Os representantes católicos na dieta resolveram preparar uma
refutação ao documento luterano em agosto, a Confutatio
Pontificia(Confutação),
que foi lida na dieta. O imperador exigiu que os luteranos admitissem
que sua confissão havia sido refutada. A reação luterana surgiu na
forma da Apologia
da Confissão de Augsburgo,
que estava pronta para ser apresentada em setembro do mesmo ano, mas
foi rejeitada pelo Imperador. A Apologia foi
publicada por Felipe Melanchton no fim de maio de 1531, tornando-se
confissão de fé oficial quando foi assinada, juntamente com
a Confissão
de Augsburgo,
em Esmalcalda, em 1537.[32]
Ao
mesmo tempo em que ocorria uma reforma em um sentido determinado,
alguns grupos protestantes realizaram a chamada Reforma
Radical.
Queriam uma reforma mais profunda. Foram parte importante dessa
reforma radical os anabatistas,
cujas principais características eram a defesa da total separação
entre igreja e estado e o "novo batismo" [33](que
em grego é anabaptizo).[34]
Enquanto
na Alemanha a reforma era liderada por Lutero, Na França e na Suíça
a Reforma teve como líderes João
Calvino e Ulrico
Zuínglio.[35]
João
Calvino foi
inicialmente um humanista.
Foi integrante do clero, todavia não chegou a ser ordenado sacerdote
romano. Depois do seu afastamento da Igreja romana, este intelectual
começou a ser visto como um representante importante do movimento
protestante.[36] Vítima
das perseguições aos huguenotes na
França, fugiu para Genebra em
1533 [37] onde
faleceu em 1564. Genebra tornou-se
um centro do protestantismo europeu e João Calvino permanece desde
então como uma figura central da história da cidade e da Suíça.
Calvino publicou as Institutas
da Religião Cristã,[38] que
são uma importante referência para o sistema de doutrinas adotado
pelas Igrejas
Reformadas.[39]
Os
problemas com os huguenotes somente concluíram quando o rei Henrique
IV,
um ex-huguenote, emitiu o Édito
de Nantes,
declarando tolerância religiosa e prometendo um reconhecimento
oficial da minoria protestante, mas sob condições muito restritas.
O catolicismo romano se manteve como religião oficial estatal e as
fortunas dos protestantes franceses diminuíram gradualmente ao longo
do próximo século, culminando na Louis XIV do Édito
de Fontainebleau,
que revogou o Édito de Nantes e fez de Roma a única Igreja legal na
França. Em resposta ao Édito de Fontainebleau, Frederick William
de Brandemburgo declarou
o Édito de Potsdam, dando passagem livre para franceses huguenotes
refugiados e status de isenção de impostos a eles durante 10 anos.
Ulrico
Zuínglio foi
o líder da reforma suíça e fundador das igrejas reformadas suíças.
Zuínglio não deixou igrejas organizadas, mas as suas doutrinas
influenciaram as confissões calvinistas. A reforma de Zuínglio foi
apoiada pelo magistrado e pela população de Zurique,
levando a mudanças significativas na vida civil e em assuntos de
estado em Zurique.